EDUCAÇÃO FÍSICA_2º A, B, C, D, E e F _ Prof. Gomes - Tema: Qualidade de vida: saúde coletiva e individual
3º Bimestre: Atividade 1
Tema: Qualidade de vida - saúde coletiva e individual e as Olimpíadas de
Tóquio 2021
Recursos materiais: Acesso à internet
por computador ou celular smartphone (tirar fotos também); papelaria pessoal,
caderno de anotações, registro, caneta, lápis e outras.
Aulas Previstas: 4
Dia e hora de aula no CMSP: 20/08
(sexta-feira) às 17h;
Data de entrega da atividade: até 25/08/2021
Avaliação: Formativa, durante
o processo através das devolutivas das atividades.
Meio eletrônico de entrega da atividade: gomesc@prof.educacao.sp.gov.br
Horário de atendimento aos alunos: das 07h às 18h de
segunda a sexta-feira exceto feriados e para tirar dúvidas watts 910119040 ou watts
95719-7103.
Habilidade: Diferenciar
saúde individual de saúde coletiva.
👉Atividade para fazer: Faça a
leitura do texto abaixo, assista ao vídeo do CMSP, em seguida faça uma breve
definição sobre Qualidade de vida destacando as principais diferenças entre a
saúde individual e coletiva e por fim faça uma redação de 10 linhas sobre as Olimpíadas
de Tóquio 2021 (fatos mais comentados ou marcantes), caso tenha dificuldades
faça uma rápida pesquisa na internet para ajudar na redação e ao finalizar tirar
foto da atividade pronta enviar para o professor.
👉Vídeo: 06/08/21
- 2ª série EM - Educação Física - Qualidade de vida
👉Texto:
SAÚDE INDIVIDUAL E
COLETIVA, UM POR TODOS E TODOS POR UM PARADOXO
/ 23 outubro 2018
Precisamos falar sobre o pão nosso de cada dia. Por
que? Porquê das 10 doenças que mais matam no mundo atualmente, 7 são
decorrentes de maus hábitos, especialmente a nutrição inadequada. É um
paradoxo: quanto mais informação e disponibilidade de alimentos, mais adoecemos
e morremos, configurando as doenças crônicas não transmissíveis em uma epidemia
mundial que atinge a todas as classes sociais.
Homo sapiens, do latim, significa homem sábio,
dotado de autoconsciência, racionalidade e sapiência. Qualidades mentais que
diferenciam os humanos e nos dão vantagem competitiva sobre todas as outras
espécies animais. Somos onívoros pela nossa natureza biológica, dotados de uma
ampla capacidade de nos nutrirmos com diferentes tipos de alimentos de origem
vegetal ou animal em diversos ambientes e, ainda por cima, dominamos o fogo, a
agricultura e a mágica habilidade de cozinhar.O grande paradoxo é termos o mais
amplo conhecimento e oferta de alimentos da história, mas não tirarmos vantagem
disso. Ao contrário, praticamos uma dieta que nos faz adoecer.
Enquanto os animais não humanos, em seu habitat
natural, sabem exatamente o que comer, nós, os sapiens, ignoramos todo o legado
cognitivo e cedemos às tentações da indústria alimentícia, dia após dia, em
nome do desejo, da praticidade e da conveniência, substituindo os alimentos in
natura por produtos alimentícios ultraprocessados, excessivamente doces ou
salgados e gordurosos, refinados e destituídos de vitalidade e nutrientes
básicos como as fibras.
Além disso, toda a cadeia alimentar precisa ser
revista. Cada indivíduo precisa fazer a sua parte cuidando de si mesmo, e
agindo ética e solidariamente na comunidade. A atuação da população deve estar
alinhada com as políticas sociais, de saúde, agricultura, comércio, indústria,
em um sistema multidisciplinar e colaborativo entre sociedade civil, governo,
setor privado e organizações não governamentais (ONGs) com o objetivo de
construir um futuro saudável a partir de um presente consciente, orientado por
uma ampla visão de interconexão e não apenas pela satisfação de necessidades
financeiras imediatas.
Essa alimentação pós-moderna, baseada em
monoculturas que geram alimentos processados, preconiza agilidade,
mobilidade,padronização do sabor e refeições individuais a preços baixos,
“sufoca” os pequenos produtores e degrada o meio ambiente, além de estar
intimamente relacionada à crescente epidemia de obesidade consequente do
desequilíbrio na oferta de nutrientes e da ingestão excessiva de calorias. Para
nos convencer dos benefícios dessa dieta, o controverso marketing da indústria
alimentícia, por meio de jogos de palavras, comunicação visual ambígua e
posicionamento dos itens nas gôndolas dos supermercados, faz seus produtos
alimentícios parecerem o que não são.
Anualmente são investidos centenas de bilhões de
dólares em publicidade no Brasil, com destaque para o setor de alimentação e
bebidas (liderado pelo segmento de cervejas, carnes, aves e derivados),
representando 10% do total de investimentos, à frente dos setores automotivo,
financeiro e farmacêutico, tendência que vem se repetindo a cada ano, segundo
dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Diante da nossa ausência e sob nossos olhares
distraídos e iludidos pela mídia, a indústria se apropriou da tarefa – nem
sempre de forma responsável e honrada – de alimentar nossas famílias. Qual o
resultado da falta de consciência e da transferência de responsabilidade?
Adoecimento globalizado.
A obesidade e as Doenças Crônicas Não
Transmissíveis (hipertensão, diabetes, cardiopatias, câncer, doenças
respiratórias crônicas, doenças cerebrovasculares, doenças renais crônicas e
depressão) limitam a qualidade de vida, a produtividade, a funcionalidade e a
longevidade, causando muito sofrimento aos indivíduos e às suas famílias.
Ameaçam diretamente o desenvolvimento econômico global, além de comprometerem a
sustentabilidade dos sistemas de saúde em longo prazo. Doenças relacionadas com
excesso ou má nutrição superam atualmente a incidência de desnutrição e doenças
transmissíveis. Os números são amargos: o sobrepeso já atinge 50% da população
adulta brasileira e a obesidade, 12% – uma epidemia que eleva os custos sobre
os sistemas de saúde. No Brasil, 17% do custo total de internações
hospitalares, entre 1998 e 2009, decorreu de complicações do excesso de peso.
As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), cujo
denominador comum é justamente o fato de serem passíveis de prevenção apenas
com a conquista de bons hábitos alimentares, estão associadas às causas mais
comuns de mortes prematuras registradas atualmente. Uma pandemia que atinge
países de baixa, média e alta renda. Causam 74% do total global de mortes
evitáveis e precoces – mais de 36 milhões de homens e mulheres em idade
produtiva por ano. Vou repetir para reforçar o tamanho da angústia: sofrimento e
mortes precoces e evitáveis.
Estimativas da Harvard School of Public Health
sugerem que entre 2011 e 2030, as perdas globais decorrentes de DCNT são
estimadas em até 47 trilhões de dólares, o que equivaleria a 5% do Produto
Global Bruto.
Outro prejuízo à saúde é a contaminação por
xenobióticos (substâncias químicas estranhas ao organismo) e resíduos
defertilizantes e defensivos químicos cujo consumo em curto e médio prazos pode
acarretar sintomas leves como dor de cabeça, alergia e coceiras. Os sintomas da
exposição crônica aos agroquímicos podem se manifestar em longo prazo:
problemas hepáticos (cirrose), infertilidade, impotência, abortos,
malformações, distúrbios do sistema nervoso (hiperatividade, Alzheimer),
desregulação hormonal, efeitos sobre o sistema imunológico e câncer.
A presença de resíduos de agrotóxicos não ocorre
apenas em alimentos in natura, mas também em muitos produtos alimentícios
processados pela indústria, como biscoitos, salgadinhos, pães, e outros que têm
como ingredientes o trigo, o milho e a soja. Ainda podem estar presentes nas
carnes e nos leites de animais que se alimentam de ração com traços de
agrotóxicos. Estes contaminam diretamente os tecidos dos animais que, quando
consumidos por humanos, os contaminam – processo chamado de bioacumulação. O
risco vai depender da quantidade de xenobióticos acumulada e das
características do organismo de cada pessoa, ressaltando-se que crianças e
idosos são mais suscetíveis.
O processo de formação de doenças é gradativo e
previsível. Não se acorda um dia com hipertensão ou obesidade. Leva-se tempo,
às vezes anos, para acumular substâncias nocivas dentro do organismo de forma
que esse acúmulo se agrave, circule e se instale em um órgão vulnerável
culminando em uma doença. O nosso organismo emite muitos sinais.
Ser inteligente é usar os sentidos, a intuição e o
conhecimento para adequar o seu estilo de vida ao que é saudável para a sua
individualidade, ao que lhe cai bem. São muitas as opções. Não é necessário
viver sob privação de prazer para ser saudável. É preciso ser criativo e se
utilizar de inteligência nutricional para desenvolver maneiras sustentáveis,
embora não óbvias, de se obter satisfação alimentar no dia a dia.
Fonte: Estado de S. Paulo – 23/10/2018
Por Marise Berg
*Marise Berg é nutricionista, autora do Livro Céu
da Boca (Um guia de nutrição para o corpo e a consciência) pós-graduada em
alimentos funcionais e nutrigenômica, com especialização em avaliação
metabólica e Ayurveda pela Escola Yoga Brahma Vidyalaya com extensão em Rasayana
(rejuvenescimento) e Nutrição Ayurvedica pela KeralaAyurvedicChikitsalayam e
InternationalAcademyofAyurveda – Pume e VishwanathPanchakarma Centre –
Rishikesh – Índia. Recebeu iniciação budista dos Cinco Treinamentos da
Consciência pelo Monge ThichNhatHanh, em 2009.

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